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Globo trabalha o refúgio em novela e campanhas institucionais

Atualizado: 24 de mar. de 2021

Órfãos da Terra contou com refugiados no elenco e na preparação técnica de atores


Por: Yana Lima

Órfãos da Terra: Sheik Aziz (Herson Capri) com seu capanga Fauze (Kaysar) — Foto: Paulo Belote/Globo

Tabus, mitos e desinformação permeiam a temática do refúgio. E não se trata de uma exclusividade do Brasil. Mundo afora a questão é envelopada de preconceitos e julgamentos. Motivada em transformar esse cenário e sensibilizar o público, a Globo lançou em junho de 2018 uma nova fase da campanha Tudo Começa Pelo Respeito, em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). A emissora colocou no ar um filme produzido com um coral de refugiados - e uma música, especialmente composta para a ação, intitulada O meu país é a terra. A campanha faz parte da plataforma de defesa dos Direitos Humanos da área de Responsabilidade Social da Globo. A parceria bem-sucedida se estendeu também à produção da novela Órfãos da Terra, exibida entre abril e setembro de 2019, no horário das 18 horas. 


Ao saber da parceria com o ACNUR para o desenvolvimento da campanha, a equipe de produção da novela Órfãos da Terra solicitou à diretoria de Responsabilidade Social da Globo que articulasse a participação da agência da ONU na montagem do campo de refugiados cenográfico, além da colaboração na revisão de informações e outros apoios técnicos. Com o lançamento da novela, a emissora voltou a exibir a campanha Tudo Começa Pelo Respeito, com foco no refúgio. 


Além do conteúdo que esteve no ar na grade da emissora e dos desdobramentos da divulgação da novela em outras mídias - como rádio, jornais, blogs e revistas - a Globo também gravou depoimentos com refugiados e pessoas que trabalham com a causa para a plataforma REP – Repercutindo Histórias, desenvolvida para as redes sociais da empresa. 


Outro importante complemento de produção de conteúdo sobre o tema é Caderno Globo, que trouxe o tema “Deslocamentos e Refúgios” em pauta, de forma ampla em sua abordagem. Artigos de profissionais do ACNUR e acadêmicos da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, entrevistas com pessoas refugiadas, de representantes da sociedade civil e de Maha Mamo - ex-apátrida que obteve a nacionalidade brasileira - integram a publicação. Um podcast narrado pela jornalista Luiza Tenente foi lançado para aprofundar os conhecimentos sobre o tema em debates e entrevistas realizados pela emissora.


“O principal objeto dessa ação conjunta é informar, sensibilizar para o tema e diminuir o preconceito. O Brasil tem uma tradição de acolhimento e tolerância. Queremos aproveitar a nossa capacidade de chegar a milhões de pessoas em diversas plataformas para reforçar essa cultura”, destaca Sérgio Valente, diretor de comunicação da Globo.

Atores refugiados fizeram parte de elenco da novela


A novela Órfãos da Terra teve como pano de fundo o drama do refúgio entre diferentes nacionalidades e contou a história do casal protagonista Laila (Julia Dalávia) e Jamil (Renato Góes), que rompeu fronteiras e uniu culturas distintas em nome do amor. O elenco contou com atores refugiados. O sírio Kaysar Dadour interpretou o personagem Fauze. Já o congolês Blaise Musipere deu vida ao haitiano Jean Baptiste, par romântico de Teresa, personagem de Leona Cavalli. A novela também teve refugiados na abertura e em algumas cenas, como figuração. O folhetim registrou média geral de audiência de 22 pontos em São Paulo, melhor média final desde 2017 no horário. O último capítulo da trama foi exibido em 27 de setembro e teve 25 pontos de audiência.


A parceria da novela com o ACNUR incluiu colaboração com elenco, com as autoras Thelma Guedes e Duca Rachid e o diretor artístico Gustavo Fernandez. A agência disponibilizou tendas reais de operações humanitárias, que foram substituídas por outras unidades habitacionais. Também cedeu uniformes e outros itens de visibilidade de seus profissionais de campo para as gravações. O apoio técnico contou ainda com a colaboração de uma arquiteta do ACNUR para a montagem do campo cenográfico e com o compartilhamento de informações sobre o contexto de deslocamento forçado e integração sociocultural das pessoas refugiadas.


ACNUR disponibilizou tendas familiares usadas na operação humanitária de Roraima, que seriam descartadas, para compor um campo de refugiados fictício. © ACNUR/Victor Moriyama
ACNUR disponibilizou tendas familiares usadas na operação humanitária de Roraima, que seriam descartadas, para compor um campo de refugiados fictício. Foto: ACNUR/Victor Moriyama

O representante do ACNUR no Brasil, José Egas, afirma estar “muito satisfeito com a repercussão da novela e dos demais produtos que a Globo produziu sobre o tema dos refugiados, facilitando a compreensão de diferentes públicos sobre quem são as pessoas refugiadas e mostrando o quanto elas contribuem para o desenvolvimento do país de acolhida”.


A série Segunda Chamada, lançada recentemente em 8 de outubro, também conta com a participação de duas pessoas venezuelanas no elenco, reiterando o compromisso da emissora em dar oportunidades às pessoas que buscam reconstruir suas vidas.


Tudo Começa Pelo Respeito


A plataforma Tudo Começa Pelo Respeito é um esforço da Globo para ampliar a discussão sobre os direitos de mulheres, idosos, LGBTs, negros, pessoas com deficiência, religiosos, soropositivos, entre outros. Desenvolvida em parceria com ACNUR, Unesco, Unicef, Unaids, ONU Mulheres e organizações de referência no campo da defesa de direitos, a plataforma foi lançada em 2016.


Há mais de 54 anos, a Globo mantém o compromisso de trabalhar temas socialmente relevantes em sua programação. Educação, Sustentabilidade Ambiental e Direitos Humanos são permanentemente trabalhados em nossas campanhas e no conteúdo de nossas produções. O tema do refúgio é uma preocupação mundial e, com o aumento no número de refugiados no nosso país, sentimos a necessidade de sensibilizar os brasileiros para a causa. O Brasil tem uma tradição de acolhimento e tolerância. Queremos aproveitar a nossa capacidade de chegar a milhões de pessoas em diversas plataformas para reforçar essa cultura”, completa Valente.

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